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ONU pede suspensão do consumo de milho na produção de etanol

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ONU pede suspensão do consumo de milho na produção de etanol

 

 

 

 

 

Na tentativa de evitar uma crise alimentar mundial, o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Francisco Graziano da Silva, pediu aos Estados Unidos a suspensão temporária da produção de etanol a base de milho. Se as projeções divulgadas ontem pelo Departamento de Agricultura norte-americano (Usda) forem concretizadas, o país usará 42% da sua safra de milho, a mais baixa desde 2006/07, para transformar em combustível.

Os 114,3 milhões de toneladas que, segundo o órgão, terão essa destinação, equivalem a uma safra e meia de milho do Brasil. Segundo Graziano da Silva, se houvesse suspensão imediata, o mercado poderia utilizar os grãos para a alimentação humana e animal.

Por outro lado, o desastre agrícola norte-americano, com prejuízo estimado em mais de US$ 30 bilhões, levará o Brasil à liderança na produção e exportação mundial de soja e à segunda colocação no ranking de principal fornecedor de milho do mundo, atualmente ocupada pela Argentina. As previsões atuais dão conta de que a safra nacional, que começará a ser plantada no final deste mês, ultrapassará a marca de 80 milhões de toneladas da oleaginosa, contra menos de 70 milhões de toneladas colhidas no último ciclo. Já as exportações de milho, que há dois meses eram estimadas em 10 milhões de toneladas, deverão ser superiores a 16 milhões de toneladas.

“Esse é o número mais conservador do mercado. Temos demanda para exportar até 18 milhões de toneladas, mas falta estrutura”, aponta Eugênio Stefanelo, técnico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Paraná. Segundo ele, só em agosto as vendas externas brasileiras do cereal devem somar 4 milhões de toneladas. Com um consumo interno de 51 milhões de toneladas, sobrariam 5 milhões de toneladas em estoques, nível considerado normal.

Texto e Fotos: http://www.agrolink.com.br