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Fórum dos presidentes

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Nesta segunda e terça-feira, dias 11 e 12, presidentes das cooperativas do Paraná estiveram reunidos na sede do Sistema Ocepar, para mais uma edição do Fórum dos Presidentes das Cooperativas Paranaenses, dentre os quais, o diretor-presidente da Copagril, Ricardo Silvio Chapla.

Na abertura do evento, realizada na noite de segunda-feira (11), o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, destacou os bons resultados do setor. “Hoje, quero agradecer aos dirigentes das nossas cooperativas, vice-presidentes e demais lideranças pelo excelente trabalho que está sendo realizado pelo setor. Nós encerramos 2012 atingindo R$ 38,5 bilhões e, nesse ano, a previsão é de que as cooperativas paranaenses alcancem movimentação econômica entre R$ 43 bilhões, numa projeção mais pessimista, e R$ 45 bilhões, numa visão mais otimista”, afirmou. “Nos últimos dez anos, o cooperativismo do Paraná tem crescido a uma média de 12,5% ao ano. Esse resultado mostra que somos um pouco melhor que a China em termos de crescimento. Ao analisarmos os números, verificamos ainda que a movimentação econômica do setor representa um valor maior que o orçamento de 23 estados brasileiros, inclusive do Paraná”, acrescentou.

Outro ponto destacado pelo presidente da Ocepar foi a grande adesão das cooperativas ao programa de autogestão, que existe para auxiliá-las a conduzir suas atividades com equilíbrio econômico e financeiro e de forma transparente.

Ao encerrar sua palestra, o presidente da Ocepar falou sobre os desafios que as cooperativas ainda têm pela frente. “O primeiro é o preparo de sucessores. Precisamos formar novas lideranças para dar continuidade ao bom trabalho que está sendo feito até o momento”, afirmou. “Gestão, governança e profissionalização são itens que também não podem ser esquecidos”, frisou. A melhoria do nível de capitalização das cooperativas, a intercooperação e a soma nas alianças comerciais foram outros itens citados por Koslovski. “São pontos fundamentais para prosseguirmos crescendo e melhorando os serviços ofertados aos nossos cooperados”, completou.

Também prestigiaram o evento, os secretários estaduais da Agricultura, Norberto Ortigara, e da Infraestrutura, Pepe Richa. Ortigara disse que o governo do Estado tem procurado apoiar o trabalho realizado pelas cooperativas por meio de ações e programas, citando como exemplo as patrulhas rurais. “Na última semana, chegamos aos primeiros mil quilômetros de estradas readequadas. Para nós isso não é questão de beleza. É sinônimo de competitividade pois pode ajudar a reduzir os custos com frete, com uma estrada melhor”. O secretário da Agricultura lembrou ainda a preocupação com o mercado de carnes. Citou as negociações com a Rússia para habilitação de novas plantas para comércio de carnes bovinas. De acordo com ele, o Paraná também está se preparando para exportar produtos lácteos em cinco a dez anos. Tratou ainda sobre questões sanitárias, como o combate à doenças como brucelose bovina, a crise do setor cafeeiro e agroindústria, entre outros itens. “Estamos atentos à dinâmica do mercado e do campo e agradecemos a disposição do setor cooperativista em nos receber sempre com muito carinho. Queremos sempre cooperar com o setor. Parabéns pela capacidade de somar forças em favor da família rural paranaense”, completou.

“Fiquei muito feliz em ver os números do cooperativismo apresentados pelo presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, e não poderia ser diferente. São resultados que nos deixam muito orgulhosos”, disse o secretário estadual de Infraestrutura, Pepe Richa. “Para nós, a participação de vocês é muito importante. Temos conseguido bons avanços, mas ainda não são suficientes para o que o Estado precisa. O que as cooperativas fazem são um exemplo. O setor tem muita força e pujança,” afirmou.

Também, na abertura, teve palestra com o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino. Ele tratou sobre a questão portuária brasileira e os investimentos no Porto de Paranaguá. Em sua avaliação, os portos brasileiros não estão recebendo investimentos necessários que possibilitem acompanhar o aumento crescente da demanda. “O sistema portuário brasileiro está à beira do sucateamento. Trabalha-se com uma estrutura muito antiga. Não estou falando só de Paranaguá, mas de todo o Brasil. Salvo o setor de contêineres, contamos com uma estrutura que foi planejada talvez há quase 40 ou 30 anos e muito pouca coisa há 20 anos”, afirmou. “Se considerarmos o quanto o país cresceu, nós teríamos que ter inaugurado mais do que um porto por ano nos últimos quatro ou cinco anos para poder fazer frente a essa nova realidade. E eu falo em fazer frente de forma adequada operacionalmente”, ressaltou. “Nós crescemos 300% nos últimos 20 anos, mas me parece que esse sistema ficou um pouco parado no tempo”, acrescentou.

De acordo com Dividino, a solução para a área portuária passa por dois caminhos distintos. “Um deles é o cuidado que devemos ter com a manutenção, requalificação e repotenciamento das áreas existentes. E o segundo são as novas concessões, novos terminais, novas alternativas”, classificou.

O superintendente da Appa lembrou que, para reverter a situação nos portos paranaenses, foi realizado um planejamento ouvindo os clientes, entre os quais estavam as entidades que fazem parte do Fórum Permanente Futuro 10 Paraná, como a Ocepar. Esse trabalho resultou no Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto Organizado (PDZPO), lançado em setembro de 2012 que, segundo Dividino, seria comparado ao plano diretor de uma cidade. “Nós chegamos num ponto tal de sucateamento que nós tínhamos que ouvir o cliente para não errar mais”.

O superintendente da Appa disse ainda que houve a ativação do terminal público de fertilizantes, inaugurado anteriormente. “Ele nunca funcionou e, em junho desse ano, começaram as suas primeiras operações por correia transportadora, descarregando diretamente do navio para dentro do armazém”, destacou.

Ele afirmou que o governo está investindo em mais balanças, que vão agilizar o trabalho nos momentos de pico. “Sem dizer que, a partir de agora, as balanças não terão mais balanceiros, elas serão automatizadas, reduzindo as tentativas de fraudes”, acrescentou. O superintendente da Appa também lembrou da licença ambiental do Porto de Paranaguá. “Não vou dizer que é o único mas talvez seja um dos poucos do país a contar com um sistema de monitoramento ambiental contratado. Isso significa que devemos ter continuidade no processo ambiental mais adequado”.

Já na manhã de terça-feira (12), o economista Roberto Macedo, falou sobre conjuntura macroeconômica mundial e brasileira e perspectivas para 2014. Eleito o "Economista do Ano" pela Ordem dos Economistas do Brasil (OEB), Roberto Macedo destaca-se atualmente como um dos principais palestrantes da área econômica do país. Lecionou na Universidade Mackenzie, foi professor visitante nas universidades de Kobe (Japão), Internacional da Flórida (EUA) e fez pós-doutorado na universidade de Cambridge, Inglaterra. Sua trajetória profissional inclui cargos nos governos federal e estadual. É articulista do jornal O Estado de São Paulo e autor de vários livros e publicações.

Na avaliação de Roberto Macedo, 2014 projeta um cenário positivo para o agronegócio, comparado à indústria de transformação que, por sua vez, está numa situação difícil por não conseguir competir com os produtos importados dos chineses. “O agronegócio é mais protegido. A indústria está mais sujeita a oscilações até mesmo do humor da economia. A população, quando sente que a coisa não vai bem, para de consumir eletroeletrônicos, de viajar, mas não para de comer. Por isso digo que o pessoal que produz commodities para alimentos, tem uma segurança um pouco melhor e mais estabilidade em comparação a indústria de produção”, conclui.

E para finalizar o evento, o sociólogo e cientista político Bolívar Lamounier, em sua palestra, analisou a conjuntura política brasileira. “Se não ocorrer mudanças no cenário atual, vamos ter segundo turno nas próximas eleições presidenciais. Nenhum dos candidatos apresentados, até o momento, (Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos) será um presidente com liderança, com uma linha definida de ação, com capacidade de comunicar uma agenda ao país, indicar uma direção e um projeto estratégico ao país. Nenhuma dessas candidaturas me traz a tranquilidade que vamos ter um governo mais coeso, com mais tenacidade de gestão ou com mais legitimidade popular”, avaliou.

Texto: Comunicação Copagril/Ocepar e Fotos: Ocepar

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