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Higiene: o segredo do leite de qualidade

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O associado Romeu Schaefer, de Mercedes, possui uma produção leiteira de alto padrão de qualidade, com baixas contagens bacteriana total (CBT) e de células somáticas (CCS). Há alguns anos, porém, a família enfrentou algumas adversidades e teve que interromper por completo a atividade. “Passado algum tempo, eu resolvi recomeçar. Meu pai, Arno Schaefer, que também é associado à Copagril, não quis mais, ele desanimou, mas eu resolvi retomar, porque eu realmente gosto disso”, contou Romeu.

Então, há quase três anos, ele e a esposa, Elaine Silvane Schaefer, compraram dos criatórios da Copagril 15 novilhas prenhas. Hoje, possuem 30 vacas, que produzem em média 25.700 litros por mês, e mais 15 bezerras e novilhas.

O casal toca a atividade sozinho, sem a ajuda de funcionários. E o segredo para o alto padrão de qualidade, segundo Romeu, é simples: a higiene. “Tem que cuidar de todo o processo, desde o teto até a ordenhadeira e o tanque de resfriamento”, revela. O associado conta que segue as recomendações e exigências da área técnica a risca, realizando todo o protocolo de manejo, ordenha e higienização.

A Instrução Normativa 62, de 31 de dezembro de 2011, é o conjunto de regras e normas elaborado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que regulamenta a qualidade do leite. Ela visa, também, modernizar e padronizar a produção brasileira, estabelecendo regulamentos técnicos para produção, armazenagem e transporte do leite.

De acordo com a norma, a contagem de células somáticas (CCS) não deve passar de 200.000 para se ter um alto padrão de qualidade. Acima de 400.001 já é considerado baixo padrão. Além disso, a contagem bacteriana total (CBT) deve estar abaixo de 100.000 para um leite ideal, sendo que acima de 200.001 já é baixo padrão. Outros itens levados em conta são a quantia de gordura e a temperatura.

Confira, a seguir, informações da área técnica para elevar o padrão de qualidade do leite em sua propriedade:

Para manter uma baixa contagem bacteriana total (CBT):

- Cuidar da higiene pessoal, dos tetos das vacas, equipamentos e ambiente;

- Manter os tetos limpos, desinfetados (pré-dipping) e secos;

- Fazer o pré-enxágue do resfriador com água morna;

- Lavar com detergente neutro e água a 75 °C;

- De uma a duas vezes por semana lavar com detergente ácido;

- Após a lavagem, fazer o enxágue;

- Lavar o resfriador com detergente neutro e ácido;

- No máximo 2 horas e meia após a ordenha, o leite deve estar a 3 °C.

Para diminuir a contagem de células somáticas (CCS), relacionadas a mastite:

- Higiene: pessoal, dos tetos, da ordenhadeira e do ambiente;

- Os tetos devem ser bem limpos, desinfetados (pré-dipping ) e secos;

- Selar os tetos com desinfetante (pós-dipping);

- As vacas não devem se deitar por ao menos uma hora após ordenha;

- No dia da secagem da vaca, aplicar em cada teto uma seringa vaca seca;

- A ordenhadeira deve estar sempre bem regulada (vácuo e batidas do pulsador);

- Trocar as teteiras a cada 6 meses.

Padrões mínimos de qualidade para o leite, estabelecidos pela IN 62:

- Temperatura: 5 oC na hora da coleta;

- Gordura Mínima: 3%;

- Proteína Total: 2,9%;

- Índice crioscópico mínimo: 0,530 oH

- Teste do álcool-alizarol: mínimo 72%;

- Sem antibiótico;

- Densidade: 1028 a 1034 g/l

Programação por período:

CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS (CCS)

01/2012 a 06/2014: 600.000 CCS/ml de leite

07/2014 a 06/2016: 500.000 CCS/ml de leite

07/2016: 400.000 CCS/ml de leite

CONTAGEM BACTERIANA TOTAL (CBT)

01/2012 a 06/2014: 600.000 CBT/ml de leite

07/2014 a 06/2016: 300.000 CBT/ml de leite

07/2016: 100.000 CBT/ml de leite

Texto e Fotos: Comunicação Copagril

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