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“O Cooperjovem é uma possibilidade de mudar paradigmas”, afirma ex-coordenadora nacional

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Atualmente trabalhando como consultora da Gestão de Contratos e Acessibilidade pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em Brasília, Suzana Dalet é uma das profissionais que colaborou na criação do programa Cooperjovem, durante os anos de 1999 a 2001. Ela atuou como técnica em planejamento no Sistema Cooperativo Brasileiro (OCB/SESCOOP) e foi Coordenadora Nacional do Programa Cooperjovem.

Hoje, Suzana não tem mais nenhum contato direto com o programa, mas aproveitou uma visita a Marechal Cândido Rondon para se informar sobre o Cooperjovem no município e também visitou a Copagril, onde concedeu uma entrevista sobre o histórico e os objetivos do programa.

Segundo ela, o Cooperjovem é uma ferramenta de percepção de potenciais e de aproximação das crianças daquilo que é considerado o espírito do programa, que é a cooperação. ”É necessário aliar ao espírito de competitividade, que já é natural das crianças, este contraponto, de entender que algumas coisas que não se pode fazer sozinho, mas se consegue através da cooperação”, declarou.

Suzana revela que dois meses depois de o projeto piloto ter sido implantado, em uma escola pública em Brasília, já se notavam alterações. “Havia um entusiasmo dos professores, da direção, por causa da possibilidade de mudar paradigmas. E era uma empolgação contagiante”, contou.

A faixa etária do programa, que é para estudantes de até cerca de 12 anos, foi definida pela necessidade de renovação. “Assim como qualquer sistema, o cooperativismo também precisa se renovar. A gente percebeu que é muito mais simples trazer mudanças quando se trabalha com as crianças do que com adultos, que já estão com os conceitos muito mais consolidados”, explicou. Além disso, quando o Cooperjovem começou a ser elaborado, coincidiu com a mudança do conteúdo programático dentro da lei de diretrizes e bases, então, se aproveitou para incluir o tema cooperação.

Apesar de, na época, o êxodo rural ser um tema recorrente na sociedade, não se pensou especificamente em trabalhar o assunto. “Nós buscávamos um meio para levar conteúdos. O Cooperjovem é isso, a partir dele você pode desenvolver diversos assuntos, como a questão do lixo, a mobilidade urbana, a inclusão social... É um instrumento que pode ser usado para trabalhar todos os conceitos que se considera importante para a formação de uma criança”, ressaltou Suzana.

Ela ainda declarou estar feliz em ver que mais de uma década se passou e o programa se encontra bem enraizado e em crescimento. “Aqui no sul, a cultura da cooperação está mais inserida no contexto social, o que facilita a integração e a aceitação do Cooperjovem”, afirmou. A ideia, segundo ela, sempre foi um trabalho a longo prazo. “Hoje temos crianças que passaram pelo aprendizado e têm um conceito mais enriquecido de organização social do que meramente uma competição”, disse. Com isso, a sociedade passa a entender o cooperativismo como um instrumento de organização social e de busca e distribuição de renda, que pode ser uma alternativa para as famílias. “E isto é apenas o lado mensurável, mas ainda tem a parte que é impossível quantificar, porque o programa quebra muitos paradigmas e muda visões”, concluiu.

Texto e Fotos: Comunicação Copagril

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