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Manejo alimentar adequado potencializa resultados na suinocultura

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A nutrição animal é um fator fundamental em todas as cadeias produtivas de nível comercial, pois o manejo adequado é capaz de potencializar os resultados da atividade, como é o caso da suinocultura.

Uma alimentação adequada na suinocultura envolve vários itens como: o tipo, forma física e quantidade do alimento, tipo e disponibilidade do comedouro, além de parâmetros nutricionais.

De acordo com a zootecnista e nutricionista da Fábrica de Rações Copagril, Vaneila Savaris, o manejo alimentar leva em consideração o grau de eficiência na utilização dos meios empregados na produção, que incluem a formulação da ração e o seu fornecimento. Este último é determinado pela formulação da dieta, pela qualidade com que a ração chega aos animais, pela regulagem de comedouros e pelo estímulo do consumo.

Para avaliar o desempenho, dois principais índices são utilizados: o GPD (ganho de peso diário) e a conversão alimentar, ou seja, a quantidade de ração consumida para cada quilo de peso adquirido pelo animal. Neste índice, quanto menor o consumo de ração por quilo, melhor o desempenho e a lucratividade.

Todavia, além de uma ração que atenda nutricionalmente a sua fase de desenvolvimento, é de extrema importância que os suínos a recebam em comedouros adequados, limpos e bem manejados.

Comedouros

Segundo a nutricionista Vaneila Savaris, apesar de muitas vezes negligenciado, o comedouro tem importância vital no processo produtivo, desta forma o produtor deve garantir número e espaço adequado de comedouro para que todos os suínos tenham acesso à ração. Ela explica que nesse ponto, a regulagem do comedouro é um manejo essencial para que os animais possam consumir a ração na forma e quantidade adequadas, sem excesso e desperdício de ração, pois este será contabilizado no consumo final de ração e, consequentemente, afetar o valor de conversão alimentar do lote. Por esse motivo, os comedouros devem estar com sua função de regulagem possibilitando o controle da quantidade de ração disponível para os animais. “Tão importante quanto a regulagem é respeitar a capacidade dos comedouros, colocando nas baias a quantidade de animais indicada para o tamanho do equipamento. Desta maneira é possível evitar disputa por alimento, visando garantir melhor aproveitamento da ração fornecida”, orienta Vaneila.

Crechário

Cada fase da cadeia produtiva exige cuidados específicos e manejo correto. “Com relação à produção de animais cevados (termo referente ao porco gordo, não de creche) precisamos considerar que após o desmame os suínos passam por outras duas fases no processo de produção: creche e terminação. Cada uma dessas fases tem exigências nutricionais e manejo específicos”, menciona a nutricionista da Cooperativa.

A fase da creche se inicia após o desmame, que ocorre em torno dos 26 a 28 dias de vida do leitão.

De acordo com a médica veterinária da Copagril, Maíra Rosa Varussa, esta etapa é considerada uma das mais estressantes para o leitão, pois nesta ocorre a separação da mãe, juntamente com a substituição do leite materno pela ração seca e o transporte para outra instalação, troca de ambiente e o reagrupamento com outros. “Todos esses fatores tornam essa fase sensível”, ressalta.

Conforme a veterinária, durante o período de creche, no que tange à nutrição animal, é indispensável a regulagem frequente de comedouros, e estímulo à procura do comedouro pelos leitões, pois todo o ambiente é novo para esses animais. “Outro ponto de atenção é o acompanhamento da temperatura e umidade dentro das instalações, além da observação constante dos animais buscando detecção prévia de doenças e o estabelecimento do tratamento pertinente”, explica Maíra Rosa Varussa.

Após cerca de 35 dias de creche, os animais são encaminhados para a fase da terminação.

Terminação

A fase de terminação dos suínos é a etapa de engorda do suíno, ou seja, nesta fase, é onde teremos o maior consumo de ração pelos animais, e consequentemente, os maiores custos com alimentação em todo o processo de engorda – até mesmo por ser o período mais longo da produção, que leva em torno de 110 dias.

Com o intuito de facilitar o acesso a comida e consequentemente a engorda dos suínos, nesta fase é comum usar o comedouro em formato de funil, nele a comida é disponibilizada 24 horas por dia, é humedecida por intermédio do sistema de gotejamento e possui um funil de dosagem que ao ser acionada pelo porco.(retiraria essa parte, o gotejamento é o sistema de ambiência da granja, nos comedouros tem chupetas, um sistema específico)

O associado da Copagril e produtor certificado, Leandro Schuster, do município de Entre Rios do Oeste, região Oeste do Paraná, é um usuário desse sistema em seu cocho. “Hoje o sistema que nós utilizamos aqui é o sistema de comedoura com disponibilidade 24 horas ao dia e com o sistema de enchimento automático. Esse sistema é muito bom, pois auxilia o nosso trabalho já que é automático e ajuda com o ganho de peso e conversão no abate final. Que é o nosso objetivo. ” – afirma.

A médica veterinária da Copagril ressalta que o sucesso e a lucratividade da fase de terminação estão diretamente ligados ao manejo alimentar e sanitário dos animais.

“Assim como na fase de creche, na terminação o monitoramento sanitário dos animais é indispensável. Detectar sintomas clínicos com antecedência e o manejo assertivo das medicações, quando necessário, é fundamental para o bom desenvolvimento dos suínos”, frisa.

Portanto, em todas as etapas, o manejo praticado todos os dias nas granjas pode ser o diferencial para todo produtor que deseja alcançar uma melhor eficiência na sua produção, bem como melhorar a rentabilidade com a atividade.

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