Notícias

Cooperativas pleiteiam aumento de recursos do Plano Safra 2023/2024

Compartilhar

Com a proximidade do novo calendário agrícola no Brasil, a partir do dia 1º julho, aumentam as expectativas do setor produtivo em torno do Plano Safra 2023/2024, principal mecanismo de financiamento da agropecuária nacional.

Para discutir o assunto, o Sistema OCB, organização que representa as cooperativas no país, se reuniu, na tarde desta segunda-feira (12/06), com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Em pauta, as reivindicações das cooperativas e o posicionamento do governo em relação às medidas de apoio oficial.

A reunião, realizada no formato virtual, foi acompanhada por mais de 350 lideranças de cooperativas dos ramos agro e crédito.

Também participaram o diretor-presidente da Copagril, Eloi Darci Podkowa, o diretor-secretário, Ademir Luis Griep, e todos os superintendentes da cooperativa.

A preocupação das cooperativas em garantir um plano robusto tem relevância, já que o setor responde por 53% da produção agrícola nacional e pala distribuição de 64% dos insumos para a agricultura.

“Estamos na reta final de construção dessa importante política agrícola. Há muita expectativa por parte das cooperativas agropecuárias, mas também há confiança de que os nossos pleitos serão ouvidos”, comentou o presidente da organização, Marcio Lopes de Freitas.

"Precisamos construir soluções viáveis e queremos colaborar na construção do novo Plano Safra junto ao Ministério da Agricultura e ao governo como um todo”, considerou o dirigente.

Pleitos

Os principais pleitos das cooperativas foram apresentados pelo diretor da Ocepar e representante nacional do ramo Agropecuário, Luiz Roberto Baggio. “Já definimos um pedido, uma linha de reivindicação, focada em questões fundamentais para a agricultura brasileira, como aumento no volume de recursos para financiar projetos de armazenagem e agroindústria, e manutenção da atual arquitetura do crédito rural”, afirmou. “As cooperativas estão preocupadas com a questão dos recursos, por isso colocamos à disposição dos agentes públicos todo o corpo técnico do cooperativismo para pensar junto e ajudar a construir um plano robusto e que atenda as demandas da agropecuária brasileira”, frisou.

Propostas

As propostas das cooperativas para o novo plano agrícola contemplam um montante mínimo de R$ 410 bilhões, sendo R$ 125 bilhões para investimentos e outros R$ 285 bilhões para custeio. Outros destaques incluem o fortalecimento da atual política de crédito e seguro rural; a elevação dos tetos para contratações frente ao encurtamento das margens de custos de produção e recuo dos preços agrícolas do país, com foco em linhas de investimento.

Exigibilidades

Sobre as taxas de juros, a articulação é no sentido de deixá-las abaixo de dois dígitos em todas as linhas de planejamento agropecuário. Outro pleito é a manutenção e elevação das exigibilidades de depósitos à vista de 25% para 34%; da poupança rural de 59% para 65%, e da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) de35% para 60%, com isenção tributária. A ampliação orçamentária do Seguro Rural e do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) também foram defendidas como forma de mitigar riscos à produção e ao mesmo tempo ampliar a abrangência e a efetividade das ações.

Sustentabilidade

O aumento da safra exige uma adequação na infraestrutura para suportar o volume produzido. Por este motivo, os pleitos das cooperativas incluem uma linha específica e permanente para a construção de armazéns. Sobre a sustentabilidade ambiental, o pedido é para fomentar o acesso das cooperativas do agro como beneficiárias estratégicas dos programas vigentes e a criação de novos direcionamentos à promoção da sustentabilidade ambiental no agro nacional”

Cooperativas de crédito

Em relação ao acesso ao crédito, Baggio ressaltou que as cooperativas financeiras podem fortalecer as políticas para o setor, por sua capilaridade e efetividade. “Hoje temos o BNDES como principal instrumentalizador dessas políticas de maneira direta ou indireta e para o direcionamento de recursos”, disse.

Resposta

Depois de ouvir as cooperativas, o ministro Carlos Fávaro disse o novo Plano Safra deve ser anunciado em breve. “Temos a expectativa de que até o final deste mês, possamos fazer o anúncio oficial. O que posso adiantar é que as todas medidas todas estão muito alinhadas com os pleitos das cooperativas”, afirmou.

O ministro concordou com Baggio no que diz respeito aos planos de armazenagem. “A infraestrutura tem que caminhar na mesma linha da produção, então precisamos investir em armazenagem e como um programa permanente. Estamos buscando essas equalizações também”.

Fávaro relatou que o Plano Safra 2023/24 está baseado na Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e que as cooperativas podem ficar tranquilas pois já praticam uma agricultura sustentável.

Fávaro ainda declarou total apoio à operacionalização de fundos pelas cooperativas de crédito. Ele solicitou sugestão do movimento sobre como criar uma linha de crédito específica. E, em referência ao Seguro Rural, ele foi incisivo ao dizer que o fortalecimento desse instrumento é necessário para o setor ter tranquilidade e estabilidade em suas atividades.

Avaliação positiva

Ao final da reunião, Baggio fez uma avaliação positiva da conversa com o ministro. “Ele se mostrou disposto em acatar as reivindicações do setor cooperativista. Falou muito a respeito da importância do segmento e está trabalhando fortemente para construir um plano safra que atenda às necessidades da agricultura brasileira”, disse.