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Sombra e água fresca, a fórmula da vitória

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Quem passa pelo Sítio Vitória na Linha Ouro Verde, em Marechal Cândido Rondon, pode ver várias vacas “numa boa”, aproveitando o intervalo entre as ordenhas e como dizem por aí, curtindo a “sombra e água fresca”. Essa é a fórmula para evitar o estresse térmico e o caminho para os melhores resultados em produção dos animais. “Conforto térmico é tão importante quando o alimento”, ressalta a produtora rural Keli Santina Schmidt que administra a propriedade com o marido Charles Ruppenthal, ele que divide a mesma opinião: “dieta e resfriamentos das vacas devem andar juntos, afinal tudo que você dá de conforto e benefício para o animal, ele devolve e devolve em dobro”.






A disponibilidade de água e sombra favorece o controle da temperatura corporal das vacas



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O casal tem 35 animais em lactação, com média de 1100 litros por dia e implementou no segundo semestre deste ano o manejo de 3ª ordenha. “Claro que depende de um grande planejamento para toda a gestão da propriedade, mas a implantação da 3ª ordenha só foi possível com o resfriamento das vacas”, comenta Keli.



O chamado resfriamento é uma prática de manejo dos bovinos com objetivo de combater o estresse térmico, ou seja, conter o calor que as vacas sentem. Como explica a médica veterinária da Copagril, Andressa Duarte, o estresse térmico em vacas leiteiras reduz a eficiência produtiva, reprodutiva e também pode ocasionar distúrbios metabólicos. “O estresse calórico é, de forma simples, o calor que as vacas sentem em relação ao ambiente e em relação ao próprio corpo. E quando os animais estão com calor passam a comer menos, movimentam-se mais em busca de sombra e lugares mais frescos. Refletindo na queda da produção de leite, problemas de saúde e até mesmo em questões reprodutivas”, explica Andressa.






A médica veterinária da Copagril, Andressa Duarte, acompanha a produção da propriedade e o trabalho do casal



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No Sitio Vitória o manejo é no sistema de semiconfinamento e os cuidados com o resfriamento são visíveis no bem-estar das vacas. “Após a ordenha e a alimentação no galpão, elas já saem resfriadas e em pouco tempo já estão descansando e fazendo a ruminação. Isso é muito importante e assim é visível o conforto e o bem-estar”, relata Charles. Situação observada pelo produtor e que é explicada pela Andressa, segundo ela, as vacas que sentem calor ficam mais ofegantes e assim gastam mais energia pra controlar o calor do corpo e desse modo, diminuem a produção de leite. “Nos dias mais quentes o consumo de alimento pode cair até 20 % e quanto mais tempo ficam em pé, mais estão gastando energia, o que reflete na diminuição da produção de leite”, diz a profissional, que ainda complementa sobre como o estresse térmico reduz o tempo do cio da vaca e dificulta a inseminação no horário correto, que por consequência reduz a taxa de fecundação, viabilidade e desenvolvimento embrionário.






No Sítio Vitória, a implementação do túnel de vento, a aspersão programada e disponibilidade de água são práticas regulares de manejo dos animais



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Manejo



Andressa explica que algumas das estratégias que podem ser usadas para solucionar ou ajudar no controle de temperatura das vacas é o sombreamento adequado, seja com árvores ou sombrites, disponibilidade de água limpa e fresca principalmente após a ordenha e nas horas mais quentes do dia. “No caso de animais confinados, o uso de ventiladores e aspersores são importantes. E ainda, em todos os modelos de produção, os cuidados incluem evitar a superlotação na sala de ordenha e o manejo de vacinas em dias muito quentes”, comenta.



Charles e Keli investiram na atividade e na estrutura de curral, complementado o galpão com linhas de aspersão e o túnel de vento. “O espaço é um estimulo para as vacas, elas se sentem bem por causa do resfriamento e assim consomem mais e estão produzindo mais”, explica Charles sobre as melhorias implementadas: “Estamos cuidando e melhorando o manejo, sempre de olho no tempo e volume de vento e água”. Cuidados que também estão em todas as áreas, conforme entrega Keli: “o Charles está sempre preocupado, quando sobra um pouco de alimento no cocho ele já quer saber porque elas não estão comento” e ele explica: “todo o trabalho e o resultado depende de nós, de fazermos o melhor. Todo dia acordo pensando em como posso fazer para produzir mais e melhor, como aprimorar minha atividade”.






Cuidado com alimentação e o resfriamento das vacas são fundamentais para os resultados, reforçam Charles e Keli



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Sítio Vitória



Vitória é a vaca que marcou a história do casal, ganharam ela e depois ficou doente, foi quando precisou de muito cuidado e dedicação, mas se recuperou e hoje, depois de 8 anos, ainda é uma grande produtora, por isso o nome: Sítio Vitória. “Mantemos o pensamento positivo e sabemos que sempre podemos melhorar, é isso que buscamos em nossa propriedade, afinal, como diz o ditado, não se pode esperar resultados diferentes fazendo a mesma coisa”, pontua Charles e Keli ainda complementa: “fazemos o que gostamos e por isso fazemos o melhor que podemos a cada dia”.








Matéria divulgada na Revista Copagril Edição 121 (julho/agosto/setembro). Você pode conferir o conteúdo original em: https://www.copagril.com.br/revista/92