A produção animal está em constante desenvolvimento, por meio de práticas que aliam a alta produção com qualidade e sustentabilidade. Altas exigências para o mercado nacional e internacional fazem da nossa agropecuária uma das mais competitivas e com as melhores perspectivas a partir da implementação de regulamentações de produção.
A estrutura da composteira e o manejo adequado são importantes para a regulamentação das granjas e especialmente para o controle sanitário e ambiental.
Confira algumas das informações elaboradas com referências do Manual de Dimensionamento e Manejo de Unidades de Compostagem de Animais Mortos para Granjas de SuÃnos e Aves, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de junho/2019 e orientações da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).
Compostagem tradicional
São definidos como tradicionais, os sistemas de compostagem de carcaças de animais e restos de parição realizados em composteiras do tipo células. Os animais mortos e os restos de parição podem ser compostados inteiros, mas recomenda-se o esquartejamento, fragmentação ou mesmo a trituração grosseira das carcaças para decomposição mais rápida destes resÃduos.
Localização
A unidade de compostagem pode ser situada junto à cerca de isolamento, permitindo, sempre que possÃvel, a recepção das carcaças pela área interna e a remoção do composto pela área externa da cerca.
Recomenda-se que sejam construÃdas de forma a facilitar a descarga das carcaças e outros insumos necessários e o recolhimento do resÃduo tratado. Além disto, deve ser fechada e inacessÃvel para animais de qualquer espécie, com tela nas aberturas a fim de evitar a entrada de pássaros e insetos.
Remoção das carcaças
A remoção dos animais mortos e resÃduos de parição do local de criação deve ser realizada assim que for identificada a morte dos animais, de forma a minimizar os riscos sanitários ao rebanho e ao trabalhador rural. Os equipamentos utilizados para a remoção das carcaças do local de criação (carrinhos, cestos, etc.) devem ser de uso exclusivo para esta finalidade, sendo higienizados e desinfetados logo após o uso. Em todas as atividades relacionadas à compostagem, principalmente no momento do esquartejamento dos animais, deverá ser feito o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), entre eles máscara descartável, luvas, botas e avental impermeáveis. É importante o registro da mortalidade rotineira na propriedade em planilha especÃfica a fim de controle e comprovação junto aos órgãos fiscalizadores. Quando recebidos na unidade de compostagem, os resÃduos devem ser imediatamente processados. Evita-se, desta maneira, a atração de insetos e animais e a geração de maus odores. Além disso, recomenda-se a limpeza rotineira das composteiras nos intervalos entre usos ou quando há remoção do composto.
Construção
As composteiras do tipo célula são normalmente construÃdas em alvenaria ou concreto. O piso é impermeável (concreto), podendo ser prevista a construção de calha e fossa para coleta e posterior recalque do chorume. A célula de compostagem pode ser coberta com telhado de meia água. O pé direito deve prever uma altura livre de pelo menos
50 cm entre o nÃvel máximo de composto contido na composteira e o telhado. A face frontal da composteira pode ser fechada com tábuas de madeira e portão telado. O telhado deve ter na face frontal e nos fundos 70 cm para evitar entrada da água da chuva.
Montagem - tipo célula
A montagem das composteiras do tipo tradicional inicia com a adição de uma camada de 15-20 cm de substrato na base de composteira. Esta camada tem por objetivo promover aeração da base da composteira e, principalmente, absorver o excesso de água e os fluÃdos gerados durante o processo de decomposição, evitando o escorrimento de chorume para fora das composteiras.
Sobre esta camada, passam a ser adicionadas as carcaças de animais mortos, restos de parição e substrato para compostagem. Carcaças de animais pequenos podem ser colocados lado a lado, sem amontoamento, formando uma camada com uma separação de 15 - 20 cm entre as peças e 20 - 30 cm das extremidades da composteira.
As carcaças de leitões, matrizes e reprodutores devem ser esquartejadas e as peças contendo massas musculares de maior volume cortadas em fragmentos menores. Leitões de até 30 kg devem ter ao menos a cavidade abdominal aberta e as vÃsceras perfuradas. A esta massa de carcaças e restos de parição, deve ser adicionada massa proporcional de substrato preenchendo os espaços entre as peças e cobrindo as mesmas.
Após a colocação das carcaças e a quantidade correspondente de substrato na composteira, pode-se, caso necessário, adicionar água para correção inicial da umidade da mistura. Todo o resÃduo recém-adicionado à leira deve ser coberto por uma camada de 15 - 20 cm de substrato seco. Esta camada evita a perda excessiva de umidade e calor para o ambiente, assim como absorve maus odores e evita a atração de insetos e animais detritÃvoros.
Não se deve compactar o material em compostagem, o que limita a aeração e inibe o processo. Os procedimentos descritos para a colocação de carcaças, restos de parição e substrato deve ser repetido até que se atinja a altura útil máxima da composteira. Neste momento, passa-se a computar o tempo de compostagem de 90 dias.
Cal na composteira
Muitos produtores tem o hábito de colocar cal na composteira logo após a adição das carcaças. Essa técnica não é recomendada, pois a cal possui propriedades fungicidas e bactericidas matando assim os microrganismos essenciais no processo de compostagem. Recomenda-se a aplicação de cal no chão na frente da composteira para evitar a proliferação de microrganismos patogênicos pelo pátio do empreendimento.
Para mais informações os cooperados da Copagril podem entrar em contato com a assistência técnica da área e também com a equipe de Assessoria Ambiental e Engenharia da Copagril pelos telefones (45) 3284-7628 e (45) 99825-7281 (via aplicativo WhastApp).
*Matéria divulgada na Revista Copagril Edição 113 (novembro/dezembro). Você pode conferir o conteúdo original aqui (CLIQUE AQUI).