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Conservação do solo, a base para a sustentabilidade das propriedades rurais

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Hoje (15) é comemorado o Dia Nacional da Conservação de Solos, data que objetiva conscientizar todos a adotarem técnicas adequadas para uma boa conservação do solo e, consequentemente, da água.

“Nesta data devem ser parabenizados todos os produtores que fazem a preservação do solo e também os profissionais e as empresas como a Copagril, que, ao longo dos últimos 30 anos, ajudaram a implementar programas, projetos e auxiliaram tecnicamente os agricultores quanto ao manejo de solos e a sustentabilidade”, destacou o engenheiro agrônomo e fiscal de Defesa Agropecuária da Agência de defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Ricardo Moraes Witzel.

O agrônomo lembra que cada agricultor, profissional e empresa que atua no setor agropecuário não pode deixar de refletir sobre a situação dos solos nas propriedades rurais, nas práticas agrícolas que são utilizadas e os cuidados que são tomados para garantir a conservação. “Nos últimos meses, quando tivemos um período mais prolongado de chuvas, detectamos junto a Adapar o aumento de problemas nas propriedades em função de processos erosivos, isso devido a falta de conservação correta do solo”, alertou.

Ricardo explica que os problemas são menores em relação às décadas de 70 e 80, quando as práticas de produção utilizavam o revolvimento do solo e tinham os plantios alinhados a favor da declividade das áreas cultivadas. Mas nem por isso a situação é menos preocupante. No passado, havia o aparecimento de algumas voçorocas em áreas críticas e a presença de muitos sulcos nas áreas de plantio, que evidenciavam ao produtor o problema de perda de solo e de área cultivada. Atualmente, décadas depois da implantação dos programas governamentais de microbacias e da adoção do sistema do plantio direto na palhada, tem sido observada a presença de problemas relativos ao escorrimento superficial das águas das chuvas, provocando a erosão laminar. Esta é percebida nos casos mais críticos, quando se detecta o assoreamento de terraços ou de nascentes de água nas propriedades, ou a deterioração de estradas rurais e propriedades localizadas em áreas baixas.

“Um solo bem conservado é a base da sustentabilidade das propriedades, ele garante um equilíbrio econômico ao longo dos anos e também possibilita uma melhor disponibilidade de nutrientes e de água no solo”, explicou Ricardo.

Segundo o engenheiro, muitas propriedades necessitam repor nutrientes para a produção, mas, se estiverem com um manejo inadequado do solo, parte deste investimento pode se perder quando ocorre a erosão laminar, que acaba levando partículas de solos e nutrientes para as nascentes, córregos e rios, podendo piorar a qualidade destas águas. “Para que isto não ocorra, é fundamental que o agricultor tenha em mente um planejamento de sua propriedade, sabendo o que quer produzir em cada área. Desta forma, junto à assistência técnica, pode traçar estratégias para uma melhor conservação dos solos”, disse. “O agricultor deve se atentar quanto ao melhor tipo de terraço a ser implementado, base estreita, base média, base larga, e também observar se estão adequadamente construídos e cumprindo as funções, como a de evitar que águas da chuva que não infiltram no solo ganhem velocidade e, principalmente, possibilitar que a água se acumule junto aos terraços e infiltre no solo, garantindo mais hidratação”, informou Ricardo.

Ainda segundo ele, as práticas de plantio direto devem ser, sempre que possível, adotadas, baseando-se no não revolvimento do solo, na manutenção de cobertura permanente, viva ou morta, além da rotação de culturas.

Na região de Marechal Cândido Rondon, conforme ele, algumas áreas são complexas, por terem solos rasos, necessitando um estudo maior, realizado por um profissional de agronomia. “Com a experiência de fiscalização pela Adapar, sugiro a todos os agricultores que busquem observar melhor a propriedade, a produção e observar as lavouras ao redor, procurando solucionar os problemas de conservação de solos para não afetar vizinhos, estradas, nascentes e córregos, evitando conflitos com envolvimento da fiscalização”, ressaltou.

“Cuidar do solo é cuidar do futuro da propriedade. O importante é produzir, produzir de forma planejada, de forma a conservar o solo e a água, garantindo assim que nossos filhos e netos possam continuar a produzir e a viver bem no campo, e não interromper os laços com a terra que nossos pais e avós nos deixaram”, finalizou.

Texto e Fotos: Comunicação Copagril

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