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Aplicação de defensivos: a importância da escolha do bico de pulverização

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Após a colheita do milho safrinha é momento de realizar o manejo adequado das plantas daninhas, fazendo a dessecação. Conforme o engenheiro agrônomo da unidade Copagril de Mercedes, Claudemir Selzlein, antes de realizar a pulverização, alguns itens devem ser observados de acordo com as características dos defensivos químicos e para a diminuição da deriva, principalmente a escolha correta do bico de pulverização.

Segundo ele, muitos são os fatores que interferem na eficácia do defensivo agrícola aplicado, dentre eles a dose aplicada; a qualidade da água; temperatura do ar; umidade relativa; velocidade do vento; altura da barra de aplicação em relação ao alvo; equipamento utilizado; localização do alvo; estágio de desenvolvimento do alvo; volume de calda de aplicação; cobertura da pulverização; tamanho das gotas e outros fatores que podem determinar o sucesso da aplicação.

Ainda, a escolha correta do bico de pulverização e seu bom estado de conservação são tão importantes quanto à escolha do defensivo agrícola correto e a dose a ser aplicada. “O bico desempenha um importante papel na aplicação dos defensivos como: define volume de calda, a cobertura correta, o potencial do risco de ocorrer deriva ou não, a deposição do defensivo agrícola no local onde se deseja, isto é, onde está o alvo e determina o tamanho da gota. O bico é uma peça pequena em tamanho, porém de fundamental importância para o sucesso da aplicação”, afirmou.

Característica do defensivo e a escolha do bico

Segundo Claudemir, a característica do defensivo agrícola e a sua translocação na planta são fatores que interferem na escolha correta do bico. “Os defensivos agrícolas, sejam eles inseticidas, fungicidas ou herbicidas, são classificados quanto a sua translocação quando aplicados via pulverização aérea. Eles podem ser classificados como produtos de contato ou sistêmicos. Cada tipo de produto quanto a essa classificação exige um tipo de bico adequado”, explicou.

Os produtos de contato, são produtos que não se translocam nas plantas, agem somente onde eles entram em contato, exigindo assim uma boa cobertura de pulverização para expressar o máximo do potencial do produto. Se forem utilizados bicos que produzem gotas grandes, a eficácia da aplicação será baixa, pois a cobertura do produto no alvo é menor do que quando são utilizadas gotas menores. Porém, as gotas não podem ser muito finas para não provocar perdas por deriva.

Nas aplicações dos produtos sistêmicos, pelas suas características, pode ocorrer a presença de pequenas lacunas sem o produto, pois o mesmo em contato com a folha da planta daninha ou cultura se distribuirá na mesma. Mas o produtor deve se ater para que essas lacunas não sejam grandes, pois os produtos sistêmicos, dependendo da característica de cada um, sua translocação nos tecidos vegetais é somente poucos milímetros. Portanto, nesses tipos de produtos podem ser utilizados bicos que produzem gotas médias, que proporcionam uma tolerância à deriva.

Na hora da aplicação deve-se saber se o produto é de ação contato ou sistêmico, para fazer a escolha correta do bico para cada situação. Os fabricantes de bicos dispõem tabelas acessíveis com todas as características de cada bico e sua utilização.

Cuidados para evitar a deriva

As orientações para evitar a deriva são:

- Selecionar um bico que produza gotas maiores - gotas que sejam suficientemente grandes para reduzir a deriva, mas em um tamanho que forneça uma boa cobertura.

- Utilizar menores pressões – respeitar a pressão mínima para abrir adequadamente o leque garantindo boa distribuição.

- Altura adequada da barra – barra muito alta aumenta a deriva. Se estiver muito baixa não proporciona uma cobertura adequada. Normalmente a relação entre espaçamento e altura é 1 por 1, ou seja, se o espaçamento entre bicos é de 50 centímetros, a altura da barra até o alvo é a mesma.

Pulverize com pouco vento – a maioria dos bicos não tolera ventos acima de 6 km/h. Alguns modelos de indução de ar podem ser usados com ventos de até 15 km/h.

- Não pulverize quando o ar estiver muito calmo – o ar parado, em uma inversão térmica, reduz a troca de ar entre camadas verticais, significando que a névoa pulverizada pode se mover lentamente a longas distâncias, principalmente para as baixadas.

- Use um aditivo antideriva, quando necessário – são produtos que reduzem a deriva. Deve-se ter cuidado em adquirir um produto com garantias de qualidade.

Em caso de dúvidas, fale com a equipe técnica agronômica na unidade da Copagril mais próxima, que poderá passar as orientações sobre a melhor forma para a correta pulverização.

Texto: Assessoria de Comunicação

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