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Função: prevenir e recuperar lesões

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Com apenas 24 anos, o fisioterapeuta Tiago Duarte Vieira tem a responsabilidade de manter os atletas da Copagril/Sempre Vida/Marechal Cândido Rondon longe das lesões. Quando elas acontecem, seu dever é recuperá-los o mais rápido possível. Natural de Criciúma, Santa Catarina, ele veio para Marechal em junho de 2012, contratado para fazer parte da comissão técnica da equipe. A família continua no Estado vizinho, morando pertinho do mar, em Jaguaruna. Já ele, a mais de 900 km longe de casa, morando com a esposa em Rondon, tem objetivos bem traçados para esta temporada, que está repleta de competições para a equipe rondonense.

 

Como você foi parar no “mundo do futsal”? Era um interesse, um objetivo profissional, ou foi um resultado das oportunidades que surgiram?

No final de 2007, quando ainda era acadêmico de fisioterapia na Unisul, iniciei um estágio de fisioterapia desportiva na equipe adulta de futsal da universidade. Acabou dando certo e fiquei trabalhando como fisioterapeuta da equipe mesmo depois de me formar, em 2010, ao lado do meu amigo e professor Alexandre Zaboti, até maio de 2012. Neste período, tive a oportunidade de disputar cinco vezes a Liga Futsal.

 

Como é o trabalho de um fisioterapeuta em um time de futsal? Você age só quando ocorre alguma lesão ou realiza acompanhamentos e trabalhos preventivos?

O fisioterapeuta desportivo tem que atuar, principalmente, na prevenção das lesões, junto ao preparador físico, o fisiologista e o técnico, sempre adotando estratégias que possam contribuir com a melhora física do atleta. O atleta bem condicionado e alinhado ergonomicamente corre menos riscos de lesões.

Como o futsal é um esporte muito intenso, os jogadores estão sempre no limite e as lesões acabam acontecendo. Neste caso, o fisioterapeuta contribui utilizando várias técnicas de recuperação, tratando e recondicionando. Desta forma, buscamos evitar, primeiramente, que a lesão volte a ocorrer e tentamos acelerar ao máximo a recuperação do jogador, diminuindo o número de treinos e jogos perdidos devido a lesão.

 

No ano passado, um dos casos mais preocupantes de lesão foi do goleiro Quinzinho, que levou mais tempo para se recuperar. O que exatamente aconteceu com ele?

O Quinzinho teve uma lesão no ligamento cruzado posterior do joelho direito, houve um estiramento de parte das fibras. A lesão foi grave, porque este ligamento é um importante componente de estabilização do joelho. Porém, como não houve uma ruptura total do ligamento, não precisou de intervenção cirúrgica. Como ele é um atleta dedicado, que possui uma condição muscular muito boa, conseguimos que ele entrasse em quadra para a disputa da final do Paranaense, até mesmo antes do tempo de recuperação previsto para este tipo de lesão.

 

Você foi contratado com 23 anos para fazer parte de uma equipe profissional, que disputa os principais campeonatos nacionais. Como é, mesmo com pouca idade, ter tanta responsabilidade?

Quando você é novo, em qualquer profissão, precisa mostrar trabalho e conquistar a confiança da equipe. Hoje, saber que meu trabalho é reconhecido e que contribuo de uma forma positiva com os resultados da equipe é muito gratificante. Mas, realmente, é uma grande responsabilidade, porque no esporte de alto nível vivemos de resultado, precisamos buscar sempre o melhor e estar atento a todos os fatores que podem influenciar no rendimento do atleta.

Este ano, com o meu trabalho junto ao Raphael, o preparador físico, tivemos apenas uma lesão em toda a equipe, o que é um ótimo resultado no esporte de alto nível. Isto se torna ainda mais gratificante quando é reconhecido pelos colegas de trabalho e pelo público em geral.

 

O teu trabalho é muito elogiado pelos colegas de equipe. O Quinzinho, por exemplo, afirmou várias vezes ser grato aos cuidados que você teve com a lesão dele. Como é sua a relação com os jogadores e o restante da equipe técnica?

Tenho uma ótima relação com todos. Um dos fatores que contribuíram para a conquista do título ano passado foi justamente a relação de amizade e união de todo o grupo. Este ano, muitos atletas novos chegaram, mas, se mantivermos a essência da união que tínhamos, tenho certeza que grandes feitos virão.

 

Profissionalmente, quais são suas expectativas dentro do futsal? Você tem planos de se manter na modalidade ou pensa em, no futuro, trabalhar em outras áreas da fisioterapia?

Neste momento, quero continuar trabalhando com o futsal e fazer uma boa campanha no Paranaense e na Liga. Profissionalmente, isto seria maravilhoso para todos nós. Hoje, estou muito feliz, porque faço parte de uma equipe que é referência nacional neste esporte, mas também tenho muito interesse pela área acadêmica e conciliar as duas atividades seria muito interessante.

 

Nestes três meses de trabalho, com algumas conquistas já alcançadas, quais são as expectativas para esta temporada?

Nosso grupo mudou bastante neste ano, mas, pelo que podemos perceber, ficou forte e está cada vez mais equilibrado. Com a dedicação completa de todos, temos a expectativa de boas campanhas e grandes resultados.

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